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Preço da carne bovina vem caindo, segundo índice de inflação

Eduardo Amorim/Flickr

Os preços dos principais cortes de carnes bovinas estão em queda em 2023, depois de atingirem picos especialmente entre maio de julho de 2022. Os dados são do IPC-A, índice de inflação calculado pelo IBGE.

Atualizando pela inflação, o mesmo peso de patinho que se comprava por R$ 100 em janeiro de 2020 (3,5 quilos, digamos) chegou a custar R$ 150 em julho de 2022 e hoje sairia por R$ 134. O mesmo peso de filé mignon que se comprava por R$ 100 (algo como dois quilos) chegou a R$ 136 em janeiro de 2022 e hoje sai por R$ 114.

Quem for planejar um churrasco inteiro, com bebidas e guarnições, pode fazer o cálculo pelas médias:

  • Cada R$ 100 que se pagava em janeiro de 2020 para comprar carnes (picanha, alcatra, cupim, contra-filé e linguiça) custariam R$ 133 hoje, depois de já terem custado até R$ 142.
  • Cada R$ 100 que se gastavam com bebidas (refrigerantes e cervejas) custariam R$ 129 hoje, e nunca esteve tão caro.
  • Cada R$ 100 que se gastava com guarnições (arroz, tomate, pão francês, farinha de mandioca) custariam R$ 162, e junho foi o mês em que os preços estiveram mais altos desde logo antes da pandemia.

Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador da área de pecuária da Esalq/USP, a queda nos preços que vem ocorrendo desde 2022 se deve a três fatores:

  • O Brasil passou a produzir mais para vender à China, que compra metade da carne que o Brasil exporta
  • Como a inflação aumentou os preços de tudo, os brasileiros passaram a comprar menos carne, substituindo por outros produtos como frango e embutidos
  • A própria China passou a pressionar por preços mais baixos

"Há uma pressão em cima do produtor e consequentemente entrega de mais produto", explica o pesquisador.

Com maiores níveis de produção e os brasileiros comprando menos quando o preço está alto, a tendência é que os produtores baixem o preço para não encalhar a produção mais alta.

Segundo o pesquisador, os preços das carnes devem continuar caindo, pelo menos em agosto. Voltar ao que se pagava em 2020 não é impossível, mas depende do nível de renda do brasileiro e das ofertas no comércio.

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