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O Globo: Brasil pode ter 21 mil mortes não registradas

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Além dos 50 mil mortos então conhecidos, outros 21 mil estão sob investigação no Brasil. São pessoas que morreram de Síndrome Respiratória Aguda Grave não específica, uma classificação genérica utilizada pelo sistema de saúde enquanto se aguarda confirmação sobre a causa mortis. A reportagem, assinada por Marcelo Soares, foi manchete de O Globo no domingo.

Leia um trecho da reportagem:

O tipo inespecífico tem sido mais comum onde há baixa prevalência de Covid-19. De janeiro a maio de 2020, o Brasil registrou 16 vezes esse diagnóstico em comparação com a média dos sete anos anteriores. Já os casos de SRAG específica se mantêm na média. O dado de maio ainda não está consolidado, pois ainda há mortes em investigação, mas já mostra disparidade.

— Tecnicamente, essas ocorrências de SRAG poderiam ser por outros vírus, mas a desproporção é grande demais num ano em que a gente sabe que existe a Covid-19 — afirma Eduardo Leite Costa, professor de pneumologia da Faculdade de Medicina da USP.

Em março, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz detectaram um disparo nas internações por SRAG, em paralelo aos casos conhecidos de coronavírus. Desde então, casos de SRAG são tratados como suspeitos para a doença e testados.

— No começo a gente levantou essa questão porque, como a Covid-19 ainda era uma coisa muito nova, não existia protocolo bem definido e a testagem era pouca — conta Daniel Villela, epidemiologista da Fiocruz. — Naquela época tinha muitos casos de SRAG que eram sim Covid-19 mas não eram confirmados, e ainda tem.

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